domingo, 17 de agosto de 2008

Ao Leitor

No prefácio de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, em que Machado de Assis escreve o direcionando ao leitor, há uma referência à Stendhal que muito me marcou. Disse o Grande Bruxo, que Stendhal confessou quando da confecção de um de seus livros, que o havia escrito para não mais que cem leitores.

Modestamente, Machado de Assis, ou melhor, Brás Cubas afirmou que não se admiraria que seu livro tivesse no máximo cinqüenta leitores... Depois, quedou-se a reduzir o número dos possíveis leitores das Memórias Póstumas gradativamente... até que titubeante declinou cinco leitores. Cinco (!!!).

Ora! Forçoso seria relembrar que o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicado em 1881, foi e é a obra mais destacada de Machado de Assis, este consagrado o maior escritor brasileiro de todos os tempos.

Em verdade, depois de fazer tão ousada referência é imperioso esclarecer que o objetivo pretendido aqui nesta sutil página de internet não é esperar que leiam minhas divagações os cinco leitores do “Defunto Autor” e tampouco os cem de Stendhal...

Aqui, caro leitor, encontrará apenas cacos... contas de vidro, nem sempre coloridas. Ou retalhos que juntos podem formar enfeites e até mesmo histórias engraçadas.
O que terá é o encontro despretensioso de amigos...
Amigos pensadores ou pensadores amigos? Amigos decerto. Apresentando cacos... juntando cacos... retalhos de vida, ora iguais, ora diferentes. Às vezes parecidos. Mas que juntos podem formar um vitral para que raios de sol por ele passe...
Para o mais, parafraseando novamente Brás Cubas, o que espero é “angariar as simpatias da opinião, e o melhor remédio é fugir de um prólogo explícito e longo ”.
Se nosso blog te agradar, “fino leitor, pago-me da tarefa; se não te agradar, pago-te com um piparote, e adeus.”.