sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Dama da Meia Noite

Outro dia em conversa com um amigo, relembrei algumas lendas que ouvi minha vida toda e principalmente durante a infância. Quem mora no interior como eu, sabe que as lendas e os folclores têm um papel especial no nosso imaginário, um pouco mais pueril e intenso que nos outros lugares.


Dentre tantas lendas interessantes, existe uma que sempre me chamou atenção, é a chamada “Dama da Meia Noite”. Em pesquisas, descobri que esse mito é universal e é contado geralmente nas Américas e em toda Europa.


Reza a lenda, que a protagonista é uma mulher belíssima e muito atraente. Dizem que geralmente ela está vestida de vermelho. Outros dizem que de branco e alguns com a intenção de dar um ar mais apimentado na história juram que ela aparece vestida com uma lingerie com transparências.


Conta-se que a “Dama da Meia Noite” é uma alma penada que desconhece que já morreu. Há rumores de que é o fantasma de uma jovem assassinada que desde então vaga sem rumo. Ela é denominada “Dama da Meia Noite”, não por aparecer à meia-noite, e sim, por desaparecer nessa hora (lembra a Cinderela, rs...).


De fato, ela tem segue um ritual muito peculiar. Ela aborda homens solitários em mesas de bares noturnos. Dona de uma beleza incomum e muito sedutora, ela facilmente envolve sua presa em seus joguinhos de conquista. Depois de uma boa conversa, ela os pede que a levem em casa. Entretidos no percurso e encantados com tanto charme e beleza, não percebem para onde estão sendo levados. Aí então, “de repente, não mais que de repente”, ela pede para parar ao lado de um muro alto e revela ao acompanhante seu segredo mórbido: "É aqui que eu moro...". Só assim percebem que estão ao lado de um cemitério, no entanto, antes mesmo esboçarem qualquer reação, ela desaparece como em um passe de mágica. Nessa hora, cabalisticamente, o sino da igreja anuncia que é meia noite.



Em outras regiões a história é um pouco diferente. A “Dama da Meia Noite” aparece em estradas desertas, pedindo carona. Como no outro caso, ela pede ao motorista que a leve em casa. E mais uma vez, a pessoa só percebe que está diante do cemitério, quando ela com sua voz suave e encantadora diz: "É aqui que eu moro, não quer entrar comigo?". Estarrecida de medo, a única coisa que a pessoa vê, é que ela acabou de sumir diante dos seus olhos, à meia-noite em ponto.


No México há uma versão local, La Llorona, que é uma mulher que afogou seus dois filhos e depois se suicidou. Então perambula chorando, ora pelas beiras de rios em busca deles, ora pelas estradas pedindo carona com um bebê no colo. Quando entra no carro, dá para ver que é uma assombração com o seu rosto de caveira. Para muitos trata-se de uma noiva, que na noite do seu casamento, quando se dirigia à igreja, foi atropelada. Era uma noite de sexta-feira. Então nas noites de sexta, ela volta à estrada vestida de noiva e pedindo carona. Já dentro da cabine do carro, ela se dissolve, vezes como cera derretida, vezes como fumaça.